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Foto do escritorGlenda Dinelly

Como lidar com a ansiedade durante a pandemia

Atualizado: 16 de mai. de 2020

Aprenda a lidar com a ansiedade e otimizar seu tempo durante a pandemia




Nas últimas semanas você tem encontrado dificuldade para se adaptar o isolamento social? Tem percebido que as visitas à geladeira se tornaram mais frequentes, tem passado mais tempo em frente ao computador ou simplesmente não consegue focar em nada?


Sua vida parece que bagunçou geral? Talvez isso tenha uma resposta.


Mudança de rotina gera ansiedade em muita gente, principalmente quem precisa lutar contra ela muito antes do coronavírus surgir. Algumas pessoas sofrem com a ansiedade de forma patológica.


Aqui explico algumas atitudes que poderão te ajudar nesse processo.


Perceba a ansiedade


A ansiedade é uma resposta natural do corpo diante de uma ameaça, ou aquilo que por ele é considerada como tal. Durante muito tempo a ansiedade serviu como um mecanismo de defesa imediato e eficaz diante do perigo, isso vem desde períodos remotos de nosso desenvolvimento pré-histórico.


Diante desse contexto o corpo se preparava luta ou para fuga de uma ameaça, como predadores, animais selvagens ou desastres naturais. O papel da ansiedade foi e é importante para nossa sobrevivência.


O ponto mais importante é entender que a ansiedade excessiva atrapalha mais que ajuda em muitos aspectos de nossa vida. Seus sintomas físicos e emocionais levam o corpo a um estado de estresse natural.


Perceber sua ansiedade é compreender como seu corpo, comportamento e emocional estão funcionando nesse momento, no aqui e agora. A mudança de rotina decorrente do isolamento social, o afastamento do trabalho, da faculdade, dos amigos e até da família para alguns é de longe o maior impacto na vida de muita gente. Somos seres acostumados com social, toque, abraços, etc.


Sabemos que o novo coronavírus (Covid-19) é um perigo real e isso tem gerado ansiedade nas pessoas de uma forma geral. Faz sentido você se preocupar mais que o normal com a situação pela qual estamos passando. Porém, é importante perceber quando isso pode se tornar um problema.


Eis alguns dos principais sintomas da ansiedade que devem servir de alerta. Eles podem ser divididos em:


Sintomas físicos


Respiração ofegante

Agitação nas pernas e braços

Dores no corpo

Fala acelerada

Irritação ou irritabilidade excessiva (tudo tira você do sério)

Boca seca

Náuseas

Tontura ou sensação de desmaio

Insônia

Tremedeira no corpo

Vontade de roer as unhas

Vontade de comer toda hora, mesmo sem fome


Sintomas psicológicos/comportamentais


Preocupação excessiva (especialmente com o futuro)

Dificuldade de concentração e foco

Nervosismo

Pensamentos negativos constantes

Sensação de perda de controle ou que que algo ruim irá acontecer

Medo constante

Confusão de pensamentos

Insegurança excessiva

Indecisão na tomada de atitudes

Medo de morrer excessivo ou que alguém querido irá morrer


Listei algumas dicas para ajudar a controlar a ansiedade. Lembrando claro, que isso não substitui o acompanhamento com profissional. Mas ajuda a melhorar sua qualidade de vida.


Afinal, ansiedade em excesso é a dificuldade em perceber o momento presente (o agora).


Atenção com o excesso de conteúdo


Durante a pandemia tornou-se comum vermos notícias sobre o número de casos confirmados ou as mortes por Covid-19 e é natural que a imprensa atenha-se mais ao assunto.


No entanto, todo cuidado é pouco afinal, um indivíduo com níveis de ansiedades maiores que o normal ao pesquisar freneticamente sobre o motivo pelo qual sua ansiedade aumenta (o vírus) só terá mais ansiedade. É como jogar gasolina no que já está pegando fogo.


Pesquisar o tempo sobre um assunto que você sabe que causa desconforto e excitação fisiológica (taquicardia, suar frio, preocupação excessiva, etc) só vai gerar mais ansiedade.


A dica é: diminua a quantidade de vezes que pesquisa sobre o assunto no Google, ou tire um tempo determinado apenas para manter-se informado sobre o assunto. Isso não significa que irá ficar menos informado ou alheio ao que acontece, mas com certeza o deixará menos ansioso.


Sequestro Emocional? O que é isso?

Não viva o vírus 24 horas por dia.


Não dá pra passar o dia inteiro lendo um assunto tão delicado como esse quando se está vivendo ele ao vivo (pandemia, isolamento social, número de mortes aumentando) e permanecer alheio se você já sofre com ansiedade excessiva e sabe que esse assunto mexe com você.


Ocorre então um fenômeno chamado 'sequestro emocional', ao invés de você se manter focado em formas como se manter equilibrado em dias de isolamento o efeito será contrário. Os níveis de preocupação e foco ficarão somente naquilo que mais o deixa ansioso.


No sequestro emocional o indivíduo toma decisões impensadas sem que estas passem pelo filtro do senso, valores, prioridades, etc. As reações podem ser as mais variadas possíveis. Medo, pânico, agressividade, descontrole, revolta, tristeza, mágoas entre tantos outros comportamentos que esse sujeito não teria caso estivesse em um estado normal de consciência de si mesmo.


Cuide de você e siga as medidas recomendadas de saúde e higiene

Atitude mais saudável a se tomar é cuidar de si mesmo, hoje mais que nunca quando cuidamos de nós mesmos estamos cuidando do outro e evitamos que o vírus se espalhe.


O conceito é de unidade global. Somos todo um. Quando eu cuido de mim estou cuidando do outro.


Seguir as recomendações de saúde como uso da máscara e isolamento social são importantes e isso te deixará mais seguro e aumentará essa sensação. E claro, manter aquelas recomendações de sempre: cuidar da alimentação, procurar dormir bem, fazer atividades físicas e manter os bons relacionamentos.


Pense na sua casa como seu cantinho de proteção longe do vírus



Se existe um lugar onde você deve se sentir seguro contra o vírus é o seu lar, então tome os cuidados necessários para que ele não entre em sua casa e assim sua sensação de proteção será maior, em consequência a ansiedade irá diminuir.

Fuja do isolamento virtual e use a tecnologia ao seu favor


Se por acaso você está passando pela quarentena totalmente sozinho em casa procure manter esse período o mais agradável possível. O uso da tecnologia pode ser um bom remédio para matar a saudade daqueles que você ama. Vídeos chamadas, ligações, lives, são altamente recomendadas. A regra é evitar aglomerações e manter isolamento social, mas não o virtual.


Adote um bichinho de estimação

Outra ideia que pode o ajudar a passar esse momento de isolamento, especialmente se está sozinho em casa é adotar um 'aumiguinho' de quatro patas que tem muito amor para dar e pode ser uma ótima companhia.


Aprenda algo novo e dedique-se a isso


Você mora em apartamento e não pode ter um bichinho ou o mundo virtual não está te fazendo sentir menos sozinho?


Com bastante tempo livre em casa dá pra começar a aprender algo novo ou dar continuidade onde você parou naquele projeto antigo. Aprender a tocar violão, aprender um novo idioma, aprender a programar ou quem sabe criar um blog. Tudo isso pode te ajudar no processo de disciplina e autoconhecimento.


Que tal eliminar hábitos antigos? A hora é essa.


Talvez você nunca tenha passado tanto tempo em casa como nas últimas semanas. Essa pode ser a oportunidade que você estava esperando para eliminar hábitos ruins ou adquirir novos hábitos. Estabeleça metas, crie rotinas.


Não precisa ser tudo de uma vez ou encarar seu maior dilema, mas pense em cada meta como uma vitória, por menor que ela seja. Por exemplo, começar a arrumar a própria cama, começar a se alimentar melhor, fazer sua própria comida em casa, organizar aquela bagunça que você não teve coragem até hoje, fazer artesanato com paletes, criar uma horta, decorar a casa, fazer pinturas. Trocar um hábito ruim por um hábito novo pode ser a grande vitória dessa quarentena para você. Questione-se: "O que eu terei conquistado quando o isolamento social acabar?"


Procure manter uma rotina básica


Tudo bem que com uma mudança de rotina como essa (ficar mais tempo em casa) pode ser algo drástico para muitas pessoas acostumadas com o ritmo da vida mais acelerado. Sempre falo nos atendimentos para meus pacientes que a quebra de rotina gera ansiedade.


Já reparou quando sua vida estava normal e de repente houve uma quebra de rotina fazendo com que tudo fosse por água a baixo?


Crie rotinas mínimas, ou rotinas básicas. No isolamento social que tal procurar manter a rotina que você tinha ou tentar se aproximar dela? Não precisa ser horários rígidos e rigorosos. Mas manter hábitos que você já tinha. Certamente você voltará muito mais preparado para a vida normal quando tudo isso acabar.


Aprenda a gostar da sua companhia


Talvez a maior dificuldade que muitas pessoas encontrem seja gostar da própria companhia.

Muita gente não sabe como é conviver consigo mesmo. Esse vai ser o maior aprendizados pras muitos.

Gostar de si mesmo é um exercício que pode ser aprendido. Pense na autoestima como um combustível e em você como um tanque. Aprenda a encher seu tanque sempre. Tem gente que só anda na reserva. Se as fontes de energia são todas externas (bar, saídas, festas, reuniões com amigos, etc) seu tanto pode ficar vazio.


Aprenda a orgulhar-se de si mesmo, a valoriza-se, a ver em você potenciais únicos. Se acredita que não os possui, então desenvolva-os. O autoconhecimento é a chave pra isso.

Ao final, não devemos voltar como éramos antes...


Vejo muita gente pedindo que tudo volte ao normal. Mas já parou pra pensar nesse momento como um aprendizado? Que ao final disso tudo possamos não voltar como éramos antes, mas melhores!


Eu ainda preciso de ajuda, o que eu faço?


Existem redes de atendimento online gratuitas em vários lugares do Brasil. Caso precise. Muitos profissionais estão se voluntariando para isso. Se por acaso passar por esse momento está sendo muito difícil para você, procure ajuda.


Meu Terapeuta Online para qualquer momento


O Meu Terapeuta tem planos especiais, consultas psicológicas e realiza atendimento psicológicos online. Estamos à disposição para melhor o ajudar.




Texto por Glenda Dinelly - Psicóloga Meu Terapeuta Online


CRP-20/06345 e estudante de jornalismo

@glendadinelly

@meuterapeutaon



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